Alunos de Simonésia desenvolveram projeto cientifico

André Oliveira | 06:52 |




“Fazer ciência é bom demais”. Com essa mineiridade no falar, a estudante do ensino médio da Escola Estadual Padre Miguel, em Simonésia, Luciana de Oliveira Bove, integrou um grupo de alunos que desenvolveu o projeto a partir do amido da batata denominado ‘Biolplástico: uma descoberta sustentável?’. Ela foi uma, entre os cinco estudantes a apresentar o trabalho que recebeu o 2º lugar do ensino médio na II Mostra Simonesiense de Trabalhos Científicos (Mosit), além de participar da XIII UFMG Jovem, feiras de ciências voltadas aos alunos da educação básica e do ensino médio que aconteceram em 2012.

“O plástico que usaremos no futuro pode ser produzido basicamente com batata, glicerina, ácido e água”, defende a estudante que ainda dá a receita, que pode ser conferida ao final da matéria. A receita, que até parece simples, gera um produto bem complexo: o polihidroxialcanoato (PHA).

Mais conhecido como bioplástico, trata-se de um plástico biodegradável, 100% compostável, que pode ser produzido usando como matéria prima outros vegetais, como explica a professora e coordenadora do projeto na escola, Alessandra da Silva Pinel. “Uma das maiores preocupações ambientais é a poluição e o plástico, que contamina os recursos hídricos ficando vários anos no ambiente, por isso os bioplásticos feitos de batata, mandioca, milho e outros alimentos estão conquistando um importante espaço e podem substituir o plástico normal, sendo utilizado sem nenhum processo que agrida a natureza”, advertiu.

As pesquisas que motivaram o desenvolvimento do bioplástico começaram na internet, terreno fértil para encontrar receitas que foram testadas na cozinha da professora. “Tudo aconteceu em pouco menos de dois meses. Como a escola não tem laboratório, todos os dias após o expediente me encontrava com as estudantes em casa para fazermos os experimentos”, relembrou.

Bioplásticos X mercado

De acordo com a Associação Brasileira de Polímeros Biodegradáveis e Compostáveis – ABICOM, apesar de serem estudados há mais de 70 anos, apenas nas últimas duas décadas passaram a merecer mais atenção dos laboratórios, na busca por matérias primas mais baratas e menos poluentes que o petróleo.

Pesquisas de mercado apontam que plásticos feitos de batata, milho e outros vegetais estão conquistando um importante nicho no mercado mundial, além de diminuir nossa dependência por produtos derivados de petróleo. Segundo relatório publicado pela consultoria americana BCC Research em 2012, até 2015, o mercado global para os bioplásticos deve superar 3,2 milhões de toneladas, com um crescimento anual composto de 41,4%. O mercado sul-americano crescerá a uma taxa ainda maior, de 53,2%, pulando das atuais 44.460 toneladas para cerca de 375 mil toneladas métricas em 2015.

Convencida de que a iniciativa deu certo e foi muito importante para motivar os alunos, a professora pretende alçar vôos ainda mais altos. “Nós agora vamos batalhar pela montagem do laboratório na escola e buscar parcerias para fazer maiores quantidades e desenvolver um produto, como por exemplo a sacola bioplástica”, anseia a professora.

Em se tratando das sacolas de bioplástico compostável, elas são resistentes o suficiente para serem utilizadas em várias compras e podem armazenar lixo orgânico. “Elas contém resinas feitas de batata (não transgênica) que se decompõem em um período de 20 a 40 dias transformando em composto orgânico, que pode ser usado como húmus na adubação. Por isso além de poder usar nas sacolas plásticas ou outros tipos de embalagem também contribuem para a eliminação de lixões e aterros sanitários e enriquecem o solo”, comemorou a professora.


Fontes : Blog Educação MG - Município de Simonésia / Superintendência Regional de Ensino de Manhuaçu





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